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Arte e ensino

   A relação entre a arte o ensino e a sua importância são referidos por teóricos da educação ao longo da história, como:  Viktor Lowenfeld, John Dewey, Piaget, Howard Gardner, Lev Vygostsky, Daniel Gleman, Salovey e Mayer, Arquimedes Santos, Gray e Damásio.

 

     Marques (outubro, 2015e) faz referência aos autores e conceções ao longo do tempo.

 

    1943 – Herbert Read, em “Education through art” refere que a arte deve ser implícita na educação e que através dela podemos desenvolver diferentes formas expressivas e aspetos individuais caraterísticos de cada um, refletindo assim a personalidade, sublinhando ainda a importância da educação estética.

 

     1977 – Brassat e Rouquet, defendem as missões primordiais que revestem a educação artística e que permitem o cumprimento de objetivos educacionais.

 

     1982 – Porcher menciona a importância de aprender a ver, ouvir e saborear; percebendo os objetos de acordo com a sua estrutura/forma e não somente a sua utilização imediata.

 

     1989 – Gray, em "Dance instruction – science aplied to the art of movement – the arts in education”, enumera as caraterísticas das Artes como um meio de comunicação e uma forma de entendimento da civilização humana, capazes de desenvolver a capacidade criativa, a disciplina, o julgamento critico e o talento, auxiliando nas aprendizagens escolares e preparando o estudante para a vida.

 

     2000 – Kowalski, defende a literacia artística, explicando que esta leva à construção de juízos e apreciações valorativas onde surgem o “sentir e pensar” (importantes na estética);

              - Best refere a essencialidade das Artes, sendo tão educacionais como qualquer outro tema ou disciplina;

              - Fróis, Marques e Gonçalves explicam a Arte como o apuramento da sensibilidade e desenvolvimento criativo, promovendo a apreciação e expressão artística.

 

     2002 - Maria Emília Brederode Santos diz que a importância das artes reside no tipo de papel da escola: se o seu papel for certificador, o ensino artístico não é prioritário; se for formador, o ensino artístico é fundamental.

 

     2004 – Batalha defende que desenvolver competências críticas através de momentos de exploração é um papel essencial da Arte, funcionando como promotora de desenvolvimento humano completo, ampliando noções reais; criando identidades; favorecendo experiências criativas/estéticas/criticas; respeitando a individualidade e oferecendo liberdade nas soluções de problemas.

 

     A autora Ana Marques diz:

                  

“(...) a Arte deverá estar inserida na Educação, tendo em conta objectivos formativos e educativos, os quais deverão apontar para o desenvolvimento das capacidades de inovação, abertura à mudança, para a acção pessoal, social e cívica, de atender à qualidade, à estética dos processos e de desenvolver a consciência cultural.”

 

     A educação artística propõe, segundo Marques (outubro, 2015e) o desenvolvimento harmonioso da personalidade; um instrumento pedagógico destinado a todos; desenvolve novas formas de pensar e resolver problemas.

    Refere ainda que desenvolver competências na área artística não implica numa futura profissão nas artes e que revoga o pensamento popular e quotidiano de que só pratica dança quem quer ser bailarino e reforça as funções da dança enquanto formadora de indivíduos independentemente das suas escolhas profissionais.

 

     É possível relacionar o pensamento de Maria Emília Brederode Santos e de Ana Marques afirmando que a abordagem das artes e o seu papel determinam o tipo de educação artística. Segundo Marques (outubro, 2015e) existem três abordagens a ter em conta:

  • Educação pela arte – resultando na arte como atividade extracurricular/enriquecimento curricular;

  • Arte na educação – encontrando esta abordagem em atividades de animação cultural e carácter científico;

  • Educação para a arte – abordagem das escolas de ensino artístico, especializado e vocacional.

 

    A educação estética é referida por alguns dos teóricos anteriores, sendo ela a responsável por: ensinar a apreciar a criatividade, desenvolver a adoção de uma atitude estética na observação do movimento, melhorar a compreensão da dança e redimensionar as possibilidades de participação.

    Joana Raposo | Mestrado em Ensino de Dança | 15 de fevereiro de 2016

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